Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro a 13 de maio de 1881 e morreu na mesma cidade a 1.° de novembro de 1922. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, que perdeu aos sete anos de idade.
Fez seus primeiros estudos e, pela mão de seu padrinho de batismo, o Visconde de Ouro Preto, ministro do Império, completou-os no Ginásio Nacional (Pedro II), entrando em 1897 para a Escola politécnica, pretendendo ser engenheiro. Teve, porém, de abandonar o curso para assumir a chefia e o sustento da família, devido ao enlouquecimento do pai, em 1902
Dedicou-se à leitura na Biblioteca Nacional dos grandes nomes da literatura mundial, dos escritores realistas europeus de seu tempo, tendo sido dos poucos escritores brasileiros a tomar conhecimento e ler os romancistas russos.
O vício da bebida começa a manifestar-se nele, porém não o impede de continuar a sua colaboração na imprensa jornalistica onde trabalhou
Nos primeiros meses de 1916 aparece em volume o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, que reúne também alguns contos notáveis como "A Nova Califórnia" e "O homem que sabia javanês", tendo boa acolhida por parte da crítica que vê em Lima Barreto
Candidata-se à vaga na Academia Brasileira de Letras, mas seu pedido de inscrição não é sequer considerado
Em 1919, de dezembro a janeiro de 1920 é internado no hospício, devido a forte crise nervosa
levado pelos seus "amigos".
. Em dezembro de 1920, concorre ao prêmio literário da Academia Brasileira de Letras para o melhor livro do ano.
Com a saúde já bastante abalada, a doença força a sua reclusão na casa modesta de Todos os Santos, onde os amigos vão visitá-lo e sua irmã Evangelina se desvela em cuidados por ele. Mas, sempre que pode, continua a sua peregrinação pela cidade que ama, reservando a leitura, a meditação e a escrita para casa, apesar da presença constante da loucura do pai, tornada real pelas crises cada vez mais repetidas.
Em maio de 1922, a revista O Mundo Literário publica o primeiro capítulo de Clara dos Anjos, "O carteiro". Tendo a sua saúde declinada mês a mês, agravada pelo reumatismo, pela bebida e outros padecimentos, Lima Barreto morre em 1.° de novembro de 1922, vitimado por um colapso cardíaco. Em seus braços, é encontrado um exemplar da Revue des Deux Mondes, sua preferida e que estivera lendo. Dois dias depois é a vez de seu pai. Encontram-se sepultados no cemitério de São João Batista, onde o escritor desejou ser enterrado.