segunda-feira, 18 de abril de 2011

Augusto Dos Anjos




Augusto dos Anjos

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, Paraíba, 20 de abril de 1884 - Leopoldina, Minas Gerais, 12 de novembro de 1914) foi um poeta paraibano, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano, mas muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, concordam em situá-lo como pré-moderno. É conhecido como um dos poetas mais estranhos do seu tempo, e até hoje sua obra é admirada (e detestada) tanto por leigos como por críticos literários.

Auto-epítetos

  • Poeta da morte
  • Poeta do hediondo
  • Poeta raquítico

Curiosidades Biográficas

  • Um personagem constante em seus poemas é um pé de tamarindo que ainda hoje existe no Engenho Pau d'Arco.
  • Seu amigo Órris Soares conta que Augusto dos Anjos costumava compor "de cabeça", enquanto gesticulava e pronunciava os versos de forma excênctrica, e só depois transcrevia o poema para o papel.
  • De acordo com Eudes Barros, quando morava no Rio de Janeiro com a irmã, Augusto dos Anjos costumava compor no quintal da casa, em voz alta, o que fazia sua irmã pensar que era doido.
  • Embora tenha morrido de pneumonia, tornou-se conhecida a história de que Augusto dos Anjos morreu de tuberculose, talvez porque esta doença seja bastante mencionada em seus poemas.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Monteiro Lobato: O "pai" do Jeca Tatu.


José Bento Monteiro Lobato(1882/1948)
 
Monteiro Lobato foi um escritor, romancista e jornalista brasileiro, nasceu em Taubaté, São Paulo no dia 18 de abril de 1882, e faleceu na capital de São Paulo em 4 de julho de 1948. Seus primeiros estudos foram feitos em Taubaté, transferiu-se para São Paulo matriculando-se na Faculdade de Direito pela qual bacharelou-se em 1904.
Tendo anteriormente estudado no Instituto de Ciências e Letras de Sâo Paulo. Exerceu o cargo de Promotor Público em Areias; deixando a promotoria, estabeleceu-se como fazendeiro em Buquira. Nessa época começou a publicar os seus primeiros contos no jornal “O Estado de São Paulo”. Seu livro “Urupês” foi publicado em 1918. Nesse livro está o personagem de sua criação: O Jeca Tatu. Fundou a Editora “Monteiro Lobato”, fracassando nesse empreendimento, o escritor passou a dedicar-se à literatura infantil, podendo ser considerado o criador desse gênero no Brasil.

       Como adido comercial viaja para os Estados Unidos da América do Norte, onde a prosperidade industrial do petróleo e do ferro despertou-lhe grande entusiasmo. Regressando ao Brasil em 1932, escreveu o livro “América” contendo suas impressões. Entusiasmado com o progresso industrial Norte-Americano, inicia uma campanha conscienciosa dos produtos de aço e petróleo brasileiro. Em virtude dessa polêmica, esteve preso temporariamente. Pelo muito que fez a nossa literatura, consagrou-se-lhe o “Dia do Livro”. Sua obra compreende 30 volumes, sendo 13 de assuntos gerais e 17 de literatura infantil. Lobato conseguiu criar um mundo novo, repleto de personagens, especialmente na literatura infantil, simpáticos, que se tornam amigos da criança por toda a vida. Criou tipos que tornaram célebres como D. Benta e Pedrinho. De sua grande obra, os mais conhecidos são: “Urupês”, “A Barca de Gleyre”. “Caçadas de Pedrinho”, “Emília no País da Gramática” “Geografia de Dona Benta”, “O Saci” e “Viagem ao “Céu”.

O sitio do pica-pau Amarelo.

- Dona Benta (Zilka Salaberry);
- Narizinho (Rosana Garcia 1977-1980). Depois, foi interpretada por três actrizes em diferentes datas;
- Pedrinho (Júlio César Vieira 1977-1980). Depois, interpretado por dois diferentes actores;
- Emílias (Dirce Migliaccio 1977) (Reny de Oliveira 1978-1982). Depois, houve mais uma até 1986;
- Visconde de Sabugosa (André Valli);
- Tio Barnabé (Samuel Santos);
- Saci (Romeu Evaristo);
- Cucas (Dorinha Duval 1977) (Stella Freitas 1978-1980) (Catarina Abdalla 1981-1986);
- Zé Carneiro (Tonico Pereira);
- Garnizé (Canarinho);
- Elias Turco, Quindim, as gémeas, o burro-falante e a carochinha.






 Elenco de 2001:



Agildo Ribeiro (Coronel Teotônio), Anderson Lau (Ching Ling), Aramis Trindade (Libério), Bete Mendes (Dona Benta), Catarina Abdalla (Dona Carmela), Duda Mamberti (Padre Benedito), Duda Ribeiro (Jeca Tatu), Eri Johnson (Arlindo Orlando), Fabrício Boliveira (Saci), Gésio Amadeu (Tio Barnabé), Gustavo Gasparani (Zé Cabreiro), Humberto Carrão (Caipora), Juliana Galvão (Iara), Kiko Mascarenhas (Visconde de Sabugosa), Nelson Xavier (Barão de Tremembé), Pablo Sanábio (Casca/ Cascudo) Paulo Gustavo Barros (Delegado Lupicínio), Pia Manfroni (Minerva), Raquel de Queiroz (Narizinho), Renato Borghi (Seu Elias), Ricardo Tostes (Rabicó), Rosa Marya Colin (Tia Nastácia), Solange Couto (Cuca), Sonia de Paula (Dona Miúda), Tatyane Goulart (Emília), Vitor Mayer (Pedrinho) e Yedda Alves (Florista).

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Euclides da Cunha: O grande intérprete do Sertão.


 Euclides da Cunha (1866-1909). 
       O engenheiro, escritor e ensaísta brasileiro Euclides Rodrigues da Cunha - note: sem o antenome -;Pimenta; nasceu em Cantagalo -;Rio de Janeiro; em 20 de janeiro de 1866. Órfão de mãe desde os três anos de idade, foi educado pelas tias. Freqüentou conceituados colégios fluminenses e, quando precisou prosseguir seus estudos, ingressou na Escola Politécnica e, um ano depois, na Escola Militar da Praia Vermelha. Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, atirou durante revista às tropas sua arma aos pés do Ministro da Guerra Tomás Coelho. Na ocasião, supostamente bradou as seguintes palavras: _ Senhores! É odioso que se pretenda obrigar uma mocidade republicana e livre a prestar reverência a um lacaio da monarquia! Euclides foi submetido ao Conselho de Disciplina e, em 1888, saiu do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal O Estado de S. Paulo. Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército com promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu ser 1o. tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências Físicas e Naturais. Euclides casou-se com Anna Emília Ribeiro, filha do major Solon Ribeiro, um dos líderes da República. Em 1891, deixou a Escola de Guerra e foi designado coajuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou na Estrada de Ferro Central do Brasil. Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos pioneiros intitulados - A nossa Vendéia; que lhe valeram um convite d' O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito. Euclides não ficou até a derrubada de Canudos. Mas conseguiu reunir material para, durante cinco anos, elaborar Os Sertões: campanha de Canudos -;1902, sua obra-prima. Os Sertões trata da campanha de Canudos em 1897, no nordeste da Bahia. Divide-se em três partes: -;A terra, ;-O homem, e A luta. Nelas Euclides analisa as características geológicas, botânicas, zoológicas e hidrográficas da região, os costumes e a religiosidade sertaneja e, enfim, narra os fatos ocorridos nas quatro expedições enviadas ao arraial liderado por Antônio Conselheiro. Os Sertões valeram ao autor grande notoriedade e vagas na Academia Brasileira de Letras e no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em agosto de 1904, Euclides foi nomeado chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, com o objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre o Brasil e o Peru. Ele partiu de Manaus para as nascentes do rio Purus, chegando adoentado em agosto de 1905. Dando continuidade aos estudos de limites, Euclides escreveu o ensaio Peru versus Bolívia, publicado em 1907. Após retornar da Amazônia, Euclides proferiu a conferência -;Castro Alves e seu tempo, prefaciou os livros Inferno Verde, de Alberto Rangel, e Poemas e canções, de Vicente de Carvalho. Visando estabilidade, impossível na carreira de engenheiro, Euclides prestou concurso para assumir a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II. Farias Brito venceu o concurso mas, por intermédio de amigos, Euclides foi nomeado. No dia 15 de agosto de 1909, no Rio de Janeiro, Euclides foi morto por Dilermando de Assis, amante de sua esposa. Entre suas obras, além de Os Sertões -; 1902, destaca-se Contrastes e confrontos - ;1907, Peru versus Bolívia -;1907, À margem da história ;- 1909, a conferência Castro Alves e seu tempo -;1907, proferida no Centro Acadêmico XI de Agosto - Faculdade de Direito, de São Paulo, e as obras póstumas Canudos: diário de uma expedição -;1939 e Caderneta de campo -;1975. Ver também Cronologia e Biografias Obras consultadas ANDRADE, Olímpio de Sousa. História e interpretação de 'Os Sertões'. 3. ed. rev. e aum. São Paulo: EDART, 1966. CUNHA, Euclides da. Os Sertões: campanha de Canudos. São Paulo: Martin Claret, 2002. BRANDÃO, Adelino. Paraíso perdido: Euclides da Cunha - vida e obra. São Paulo: IBRASA, 1996. 442 p. il. PON, Eloy. A vida dramatica de Euclydes da Cunha. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938. 342 p. il. RABELLO, Sylvio. Euclides da Cunha. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. 362 p. VENÂNCIO FILHO, Francisco. A glória de Euclydes da Cunha. São Paulo: Nacional, 1940. xvi, 323 p. il. VENTURA, Roberto. Retrato interrompido da vida de Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 348 p. il. Como citar ANDRADE, Juan C. P. de. Vida e obra de Euclides da Cunha. Resumo biobibliográfico.

Lima Barreto




Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro a 13 de maio de 1881 e morreu na mesma cidade a 1.° de novembro de 1922. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, que perdeu aos sete anos de idade.
 
Fez seus primeiros estudos e, pela mão de seu padrinho de batismo, o Visconde de Ouro Preto, ministro do Império, completou-os no Ginásio Nacional (Pedro II), entrando em 1897 para a Escola politécnica, pretendendo ser engenheiro. Teve, porém, de abandonar o curso para assumir a chefia e o sustento da família, devido ao enlouquecimento do pai, em 1902

Dedicou-se à leitura na Biblioteca Nacional dos grandes nomes da literatura mundial, dos escritores realistas europeus de seu tempo, tendo sido dos poucos escritores brasileiros a tomar conhecimento e ler os romancistas russos.

O vício da bebida começa a manifestar-se nele, porém não o impede de continuar a sua colaboração na imprensa jornalistica onde trabalhou
Nos primeiros meses de 1916 aparece em volume o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, que reúne também alguns contos notáveis como "A Nova Califórnia" e "O homem que sabia javanês", tendo boa acolhida por parte da crítica que vê em Lima Barreto
Candidata-se à vaga na Academia Brasileira de Letras, mas seu pedido de inscrição não é sequer considerado
Em 1919, de dezembro a janeiro de 1920 é internado no hospício, devido a forte crise nervosa
levado pelos seus "amigos".
. Em dezembro de 1920, concorre ao prêmio literário da Academia Brasileira de Letras para o melhor livro do ano.
Com a saúde já bastante abalada, a doença força a sua reclusão na casa modesta de Todos os Santos, onde os amigos vão visitá-lo e sua irmã Evangelina se desvela em cuidados por ele. Mas, sempre que pode, continua a sua peregrinação pela cidade que ama, reservando a leitura, a meditação e a escrita para casa, apesar da presença constante da loucura do pai, tornada real pelas crises cada vez mais repetidas.
 
Em maio de 1922, a revista O Mundo Literário publica o primeiro capítulo de Clara dos Anjos, "O carteiro". Tendo a sua saúde declinada mês a mês, agravada pelo reumatismo, pela bebida e outros padecimentos, Lima Barreto morre em 1.° de novembro de 1922, vitimado por um colapso cardíaco. Em seus braços, é encontrado um exemplar da Revue des Deux Mondes, sua preferida e que estivera lendo. Dois dias depois é a vez de seu pai. Encontram-se sepultados no cemitério de São João Batista, onde o escritor desejou ser enterrado.

Obras

Romances
Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909); Triste fim de Policarpo Quaresma (1915); Numa e a ninfa (1915); Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919); Clara dos Anjos (1948).

Sátira
Os bruzundangas (1923); Coisas do Reino do Jambom (1953).

Conto
Histórias e sonhos (1920); Outras histórias e Contos argelinos (1952).

Artigos e crônicas
Bagatelas (1923); Feiras e mafuás (1953); Marginália (1953; Vida urbana (1953).

Outros
Diário íntimo (memória) (1953); O cemitério dos vivos (memória) (1953); Impressões de leitura (crítica) (1956); Correspondência ativa e passiva (1956).